*Texto redigido pela OCC –
Oposição Classista e Combativa ao DCE UFC – Universidade Federal do Ceará.
Qualquer militante
sabe que a crítica política faz parte da luta prática, sendo um momento
importante desta. E que toda boa crítica aponta para algum lugar, possui
propostas. A permanência da crítica é então necessária para a permanência da
luta. Seja essa crítica a que fazemos a nossos inimigos, seja a que fazemos a
nós mesmos (autocrítica), seja a que fazemos aos demais companheiros de outras
tendências políticas. Contudo, esta última vem sendo mal compreendida por
alguns setores do ME.
Alguns companheiros
têm reagido de maneira quase histérica às críticas políticas. Isso é
preocupante, pois demonstra certa incapacidade de lidar com opiniões diferentes
e revela um certo infantilismo, até por companheiros já experientes no ME.
Esses companheiros tendem a levar a crítica política para o lado pessoal e na
maioria das vezes as rebatem não com outra crítica política, mas com uma
auto-defesa sentimentalista e personalista, que desvia o foco da crítica para
os indivíduos de um grupo, ao invés de entendê-la como uma crítica as
propostas, bandeiras e métodos usados pelo grupo.
A má compreensão da
crítica é geralmente seguida de um apelo a que não façam mais essas “coisas”,
que “isso é feio”, pois acabaria impossibilitando uma unidade nas lutas. O que
essa atitude acaba criando é na verdade um ambiente de “coleguismo” a-crítico e
despolitizado, que nada favorece a uma real unidade nas lutas. Unidade esta que
deve ser construída a partir de bandeiras e programas e não por mera simpatia.
A esta incapacidade
de lidar com maturidade com a necessária crítica política e de negar sua importância,
damos o nome de coleguismo. O coleguismo nasce da pequena política
(politicagem) e se constitui quase que numa troca de favores, que segue o
seguinte raciocínio: você não me critica e eu não critico você. As
conseqüências dessa atitude são danosas para o ME, criando um ambiente amorfo,
carente de debate político e desprovido de senso crítico. É por isso que o
coleguismo além de infantil é uma doença.
Entender as críticas
e rebatê-las no nível político é a única maneira de combater essa doença infantil
do ME. Pois num movimento onde as críticas são sempre má recebidas e se prefere
viver sem elas, estão comprometidos os alicerces de uma verdadeira democracia
de base e conseqüentemente o ME fica desprovido do exercício da crítica, tão
fundamental para encaminhar luta.
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