terça-feira, 20 de março de 2012

As Faculdades e Universidades Pagas no contexto da Educação Neoliberal

* Artigo escrito ao Avante! pela OECI - Oposição Estudantil Combativa e Independente ao DCE-UCSal


Com a crise do capitalismo dos anos 70, houve a necessidade do capital se reorientar para dar continuidade de forma mais eficiente ao seu projeto de acumulação e exploração. No que se refere à organização do trabalho, surgiu o sistema de produção flexível, o toyotismo e na escala macroeconômica o neoliberalismo e sua liberdade econômica. Ambas as modificações nas relações no seio da sociedade geraram enormes prejuízos à classe trabalhadora. É nesse contexto da reestruturação produtiva que ocorre um crescimento demasiado de faculdades pagas no Brasil. A grande maioria dos estudantes do ensino superior brasileiro, estão dentro das faculdades e universidades pagas. Tal fato comprova que o sistema educacional, expressa uma grande contradição: Uma contradição de classes! De fato, a maior parte dos estudantes do ensino básico estudam nas escolas públicas em condições precárias. As melhores escolas desta modalidade de ensino são as particulares. Contudo, no que se refere ao ensino superior, esta lógica se inverte. Os estudantes oriundos das escolas públicas pagam para estudar nas Instituições privadas, com qualidade contestada, sendo que as Universidades públicas continuam restritas há um grupo de privilegiados.



Esta consideração inicial foi para dizer que os estudantes filhos da classe trabalhadora lotam as faculdades pagas. Mas qual é a real condição das Pagas no contexto do neoliberalismo? Desde a ditadura civil-militar, os estudantes das Universidades pagas do tipo confessional/filantrópica, lutavam, por uma educação de qualidade. A perspectiva classista de aliança com a comunidade destas instituições – estudantes, professores e servidores – deixou de legado uma cultura política, a qual se manifestou na existência de um movimento estudantil contestador, protagonista na construção de uma nova Universidade. Contudo, o que se vê hoje nestes espaços após a chegada do PT ao poder, é um ME aparelhado por uma política parlamentarista, de cunho governista cuja centralidade de sua atuação não está na luta dos estudantes e sim nas disputas de espaços burocráticos visando à manutenção do projeto hegemônico. Por outro lado, com o processo de expansão das Faculdades pagas no contexto do neoliberalismo, os estudantes destas instituições sofrem diversos ataques no âmbito educacional, assim como no mundo do trabalho, visto que grande parte dos estudantes das pagas também é trabalhador. Como suas faculdades surgiram no bojo do processo neoliberal, com concepção mercadológica, totalmente voltada para o mercado, não se esboçou uma cultura política que fizesse frente à situação em que a educação se encontra: tornada mercadoria.



Sem organização ficamos refém do oportunismo. É preciso fazer um processo de formação política numa perspectiva classista junto à comunidade dessas faculdades. Construir um movimento estudantil combativo e independente por uma educação de qualidade a serviço da classe trabalhadora.





AVANTE MOVIMENTO ESTUDANTIL CLASSISTA E COMBATIVO!!!



Contato: oposição.eci@gmail.com

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