Com
a crise do capitalismo dos anos 70, houve a necessidade do capital se
reorientar para dar continuidade de forma mais eficiente ao seu projeto de
acumulação e exploração. No que se refere à organização do trabalho, surgiu o
sistema de produção flexível, o toyotismo e na escala macroeconômica o
neoliberalismo e sua liberdade econômica. Ambas as modificações nas relações no
seio da sociedade geraram enormes prejuízos à classe trabalhadora. É nesse
contexto da reestruturação produtiva que ocorre um crescimento demasiado de
faculdades pagas no Brasil. A grande maioria dos estudantes do ensino superior
brasileiro, estão dentro das faculdades e universidades pagas. Tal fato
comprova que o sistema educacional, expressa uma grande contradição: Uma
contradição de classes! De fato, a maior parte dos estudantes do ensino básico
estudam nas escolas públicas em condições precárias. As melhores escolas desta
modalidade de ensino são as particulares. Contudo, no que se refere ao ensino
superior, esta lógica se inverte. Os estudantes oriundos das escolas públicas
pagam para estudar nas Instituições privadas, com qualidade contestada, sendo
que as Universidades públicas continuam restritas há um grupo de privilegiados.
Esta
consideração inicial foi para dizer que os estudantes filhos da classe
trabalhadora lotam as faculdades pagas. Mas qual é a real condição das Pagas no
contexto do neoliberalismo? Desde a ditadura civil-militar, os estudantes das
Universidades pagas do tipo confessional/filantrópica, lutavam, por uma
educação de qualidade. A perspectiva classista de aliança com a comunidade
destas instituições – estudantes, professores e servidores – deixou de legado
uma cultura política, a qual se manifestou na existência de um movimento
estudantil contestador, protagonista na construção de uma nova Universidade.
Contudo, o que se vê hoje nestes espaços após a chegada do PT ao poder, é um ME
aparelhado por uma política parlamentarista, de cunho governista cuja
centralidade de sua atuação não está na luta dos estudantes e sim nas disputas
de espaços burocráticos visando à manutenção do projeto hegemônico. Por outro
lado, com o processo de expansão das Faculdades pagas no contexto do
neoliberalismo, os estudantes destas instituições sofrem diversos ataques no
âmbito educacional, assim como no mundo do trabalho, visto que grande parte dos
estudantes das pagas também é trabalhador. Como suas faculdades surgiram no
bojo do processo neoliberal, com concepção mercadológica, totalmente voltada
para o mercado, não se esboçou uma cultura política que fizesse frente à
situação em que a educação se encontra: tornada mercadoria.
Sem
organização ficamos refém do oportunismo. É preciso fazer um processo de
formação política numa perspectiva classista junto à comunidade dessas
faculdades. Construir um movimento estudantil combativo e independente por uma
educação de qualidade a serviço da classe trabalhadora.
AVANTE MOVIMENTO
ESTUDANTIL CLASSISTA E COMBATIVO!!!
Contato:
oposição.eci@gmail.com
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